terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tom Zé - Augusta, Angélica e a Consolação


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Exílio

Enquanto os dias dos nossos sonhos
perpassam sob as janelas
dos edifícios comerciais,
uma sensação de algo errado
compromete as mais elaboradas
teorias.

Já passa das cinco e
diminui a luz do dia.
Daqui em diante, até as palavras
mais brandas são possíveis
armadilhas.

Robson Ribeiro
O Sr. não faz mais crítica (de arte) por falta de espaço?

Eu faço crítica, sou crítico de arte, mas algumas coisas eu ignoro. O cara vai lá fazer larva de mosca, e eu isso? Não entendo deste assunto, não posso escrever "esta larva está muito boa, está ótima". Isto não é assunto de arte, é assunto para biólogo. Vinte ovos fritos cada um num prato expostos numa galeria. Eu não tenho nada a ver com isso, isso é uma bobagem, algo que foi inventado gratuitamente. O cara não precisa saber pintar, desenhar, esculpir, nem pensar nada, só precisa ter uma boa idéia. Chamo isso de Caninha51 [risos]. Encontrei uma moça que estava indignada porque o museu estava mostrando uma obra que era cópia da dela. Eu perguntei qual era a obra de arte e ela respondeu: "são séries de cordas com nós, fui eu que inventei". Ah, você inventou o nó na corda? [Risos]. Lá no Maranhão, os barqueiros usam muito sua técnica, não sabia que você tinha inventado. Realmente é piada, não é?

Talvez faça parte da liberdade de formalismo que guia a arte contemporânea.

Não, isto é uma besteirada, um falso populismo, falsa democracia. É proibido proibir? Não é. Tem que proibir, a civilização existe porque há proibições, senão vou lá cagar na tua sala. É tudo hipocrisia. Lembro de um cara liberal pra caramba que, quando soube que a filha dele estava transando com o namorado queria matar a mulher [risos]. Lá em Buenos Aires, ele falava "porque o sexo é livre" etc. Livre para comer a filha dos outros! É uma grande hipocrisia. Os críticos defendem o ovo frito e outras coisas porque eles têm medo que digam que são retrógrados e ultrapassados. Por isso, cria-se essa patotinha de artistas que são tão agradados, enquanto tem pintores maravilhosos que ninguém conhece. Eu conheço um ótimo gravurista que, depois de tentar, tentar e não conseguir expor, começou a juntar pedra no sítio do pai e expor pedra, e aí começou a ganhar dinheiro.

Por isso, a última Bienal de São Paulo não tinha nenhuma pintura?

A melhor Bienal que já houve foi essa, que reconheceu que não há nada a expor na boa arte. Se a Bienal de Arte Contemporânea está vazia, é isso mesmo. Só que a história não dura apenas cinco décadas. Muitas das coisas tidas como sendo de qualidade há um século atrás hoje desapareceram. Quem carrega as coisas é o povo, e o que não fala às pessoas pode estar na moda hoje, mas, daqui a cinquenta anos, desaparece.

Trecho de entrevista concedida por Ferreira Gullar à revista Dasartes, edição de agosto/setembro de 2009.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Björk - Declare Independence

Aqui letra e a tradução:

http://letras.terra.com.br/bjork/981975/traducao.html